Tanzânia: Protestos e Repressão Após Eleições Contestadas

Situação Atual

As eleições gerais realizadas em 29 de outubro de 2025 na Tanzânia despertaram protestos em diversas cidades, especialmente em Dar es Salaam, após relatos de irregularidades e de que candidatos da oposição foram impedidos de participar. (AP News)

O governo impôs toque de recolher, bloqueio de internet e mobilizou as forças militares e policiais para conter os protestos. (AP News)

A oposição afirma que haveria centenas de mortos — cerca de 700 segundo alegações de uma das principais legendas de oposição. (The Guardian)

O United Nations Office for the High Commissioner for Human Rights (OHCHR) afirma ter "relatos credíveis" de ao menos 10 mortes no contexto dos protestos. (Reuters)

O presidente reeleito, Samia Suluhu Hassan, segundo resultados oficiais, obteve mais de 97% dos votos, em um processo contestado. (AP News)

O Papel dos Militares e Forças de Segurança

As forças armadas foram mobilizadas: a reportagem indica que o exército esteve nas ruas como parte da operação de ordem pública. (AP News)

A militarização da situação acentua o risco de escalada institucional, com polícia e exército desempenhando papéis centrais no controle da crise.

A narrativa de "aviso" aos agentes — como mencionado inicialmente — encaixa-se num contexto em que as forças de segurança são utilizadas para dissuadir protestos e proteger o governo.

Causas e Implicações

A eleição foi vista como amplamente desequilibrada: principais candidatos da oposição foram barrados ou presos, e o partido no poder (Chama Cha Mapinduzi) detém o poder desde a independência. (AP News)

A repressão política, as limitações à liberdade de expressão e assembleia e o uso do aparato estatal para fins eleitorais são apontados como fatores centrais da contestação. (AP News)

A crise põe a estabilidade institucional da Tanzânia em risco e lança dúvidas sobre a qualidade da democracia no país mediterrâneo entre os pares africanos.

Aspectos para Investigar Mais a Fundo

• Fonte dos "avisos" militares: Quem emitiu, qual o teor exato, há documentos ou vídeos que verifiquem esse aviso específico à polícia?
• Número de vítimas: A discrepância entre "cerca de 700" e "ao menos 10" é extrema; onde os números estão sendo coletados, há verificação independente?
• Reação internacional: Como outros países e organizações (embassies, UE, AU) estão reagindo ou se posicionando?
• Impacto interno: Qual será o efeito sobre a oposição, sobre a liberdade de imprensa e sobre futuros processos eleitorais no país?
• Histórico institucional: A militarização das eleições, uso da força, e o papel histórico das forças de segurança na Tanzânia: qual o precedente e quais os riscos agora?