Política

Rebelião na RENAMO: nove deputados da Matola denunciam perseguição política e expulsão ilegal

Antigos membros da bancada municipal acusam liderança de Ossufo Momade de retaliação política, prometendo levar caso à justiça "mesmo que custe nossas vidas" numa escalada dramática da crise interna partidária.

Autor
OMGNews24
Publicado
23/08/2025
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Rebelião na RENAMO: nove deputados da Matola denunciam perseguição política e expulsão ilegal

Uma revolta interna dramática abala a RENAMO na Cidade da Matola, onde nove antigos membros da bancada da Assembleia Municipal denunciam "perseguição política" orquestrada pela liderança nacional. Os deputados afastados acusam o partido de remoção ilegal em retaliação à postura crítica contra Ossufo Momade, numa escalada que pode arrastar a justiça para resolver a crise mais grave da história recente da RENAMO, conforme a DigitPress.

Denúncia explosiva de perseguição

Muchaduro Machava, porta-voz dos deputados afastados, não poupou palavras: "Esta é uma clara perseguição política. Fomos afastados ilegalmente por não concordarmos com a liderança de Ossufo Momade". A declaração revela a profundidade do descontentamento e a determinação em desafiar abertamente a autoridade nacional.

Os nove membros denunciam que o afastamento foi comunicado informalmente, violando os trâmites legais previstos nos estatutos partidários e normas autárquicas. Esta irregularidade transforma o caso numa questão jurídica, com potencial para exposição da fragilidade institucional da RENAMO.

Assembleia confirma: procedimento sem fundamentos

O porta-voz da Assembleia Municipal da Matola confirmou ter recebido formalmente um pedido partidário solicitando a renúncia dos nove elementos, mas admitiu desconhecer completamente os fundamentos, garantindo apenas atuação conforme procedimentos legais. Esta declaração expõe a precariedade da justificação apresentada pela RENAMO, fortalecendo as acusações de perseguição política.

Contexto: colapso eleitoral histórico

A crise surge após debacle eleitoral sem precedentes nas eleições de outubro de 2024. A RENAMO registou resultados historicamente baixos, obtendo apenas 5,8% dos votos presidenciais e perdendo muitos assentos parlamentares, conforme a AIM.

Este desastre desencadeou insatisfação interna generalizada, com ex-guerrilheiros e membros históricos exigindo a renúncia de Momade, acusando-o de corrupção, má liderança e traição ao legado de Afonso Dhlakama. Em Massinga, protestos similares ocuparam sedes provinciais, denunciando afastamento dos ideais fundacionais.

Determinação até às últimas consequências

A determinação dos deputados atinge níveis dramáticos. Declaram estar dispostos a levar o caso "até às últimas consequências, incluindo recurso à justiça, mesmo que seja para custar nossas vidas". Esta linguagem revela não apenas desespero, mas determinação em defender direitos democráticos e transparência interna, mesmo enfrentando represálias pessoais.

A remoção ilegal representa ferida profunda no tecido democrático da RENAMO e fratura na credibilidade perante a base eleitoral da Matola, área historicamente estratégica. Como segunda maior cidade de Moçambique, a perda de credibilidade pode ter efeitos cascata na influência nacional do partido, já enfrentando marginalização política generalizada.

Fontes
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