Política

Prefeita Bowser endurece tom contra Trump após federalização da polícia em Washington, D.C

A prefeita Muriel Bowser mudou de postura sobre a intervenção federal de Trump em Washington, D.C., passando de apoio cauteloso a críticas por considerar a medida um “impulso autoritário”. Ela reconhece ganhos na segurança, mas alerta para riscos à autonomia local e defende proteger o “Home Rule” da cidade.

Autor
OMGNews24
Publicado
13/08/2025
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Prefeita Bowser endurece tom contra Trump após federalização da polícia em Washington, D.C

Contexto da intervenção federal

No início de agosto, o presidente Donald Trump federalizou o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, D.C. (MPD), invocando a Seção 740 do Home Rule Act. Isso permitiu o envio de agentes federais — como do FBI, DEA e ATF — e o deslocamento de cerca de 800 soldados da Guarda Nacional à capital, em uma operação para "Combater o crime" que, segundo dados oficiais, se encontra em sua menor taxa de homicídio em 30 anos (Washington Post).

Primeiro posicionamento de Bowser: cooperação cautelosa

Inicialmente, a prefeita Muriel Bowser adotou uma postura conciliadora. Em entrevista após reuniões com autoridades federais, declarou que o MPD ainda tinha controle local, e afirmou estar focada em “fazer o melhor uso possível do reforço de policiais” para combater a criminalidade (Washington Post, Associated Press). A chefe de polícia, Pamela Smith, também ressaltou que o apoio federal poderia compensar a deficiência de pessoal na força (Associated Press).

Reação pública e mudança de postura

No entanto, poucas horas depois, durante um encontro comunitário transmitido ao vivo, Bowser expressou sua preocupação com a perda de autonomia da capital. Ela chamou a intervenção de "autoritarian push" (impulso autoritário), criticando a caracterização depreciativa feita por Trump sobre D.C., e conclamando os cidadãos a protegerem o “Home Rule” da cidade: “proteger nossa cidade, nossa autonomia e eleger uma Câmara Democrata que seja um contrapeso a esse impulso autoritário” (New York Post, The Guardian).

Nas redes sociais, enfatizou: “Não somos 700.000 vagabundos e baderneiros… não temos bairros que devem ser derrubados.” (Washington Post).

Tensão entre cooperação prática e defesa da autonomia

Na manhã seguinte, em coletiva na TV, Bowser adotou discurso equilibrado: reconheceu os benefícios potenciais do apoio federal — como a redução da criminalidade — mas manteve firme a crítica à interferência excessiva (Washington Post). Ao mesmo tempo, anunciou ações sociais como abrigo ampliado para moradores em situação de rua, orientações para que pais cuidem da presença de filhos na rua, e mecanismos para que a população reporte possíveis abusos dos agentes federais (Washington Post).

Implicações políticas e legais

  • Trump sinalizou intenção de buscar extensão de controle federal sobre a polícia por tempo indefinido (The Guardian).
  • Líderes locais, como a delegada Eleanor Holmes Norton e o senador Chris Van Hollen, prometeram retomar propostas legislativas para garantir que D.C. tenha controle sobre sua Guarda Nacional e departamento de polícia (Axios).
  • Especialistas apontam o movimento como um precedente perigoso para cidades sob governo democrata (The Guardian).

A prefeita Bowser transitou de uma postura inicial de pragmatismo e cooperação para uma crítica clara de autoritarismo, equilibrando a necessidade de segurança pública com a proteção da governança local. Sua mensagem foi: é possível colaborar com o governo federal, mas sem abrir mão dos princípios democráticos nem da autonomia do governo local.

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