Dondo: madrasta acusada de assassinar enteada e envenenar o próprio filho em crime macabro

Um crime macabro abalou a tranquilidade do município do Dondo, província de Sofala, onde uma madrasta foi acusada de assassinar a enteada e tentar envenenar o próprio filho biológico num episódio chocante de violência doméstica. O caso, sob investigação pelas autoridades policiais e judiciais locais, expõe a vulnerabilidade extrema de menores em ambientes familiares disfuncionais, enquanto a suspeita permanece sob custódia preventiva aguardando audição pelo Ministério Público nos próximos dias.

Dinâmica do crime e descoberta macabra

Segundo informações preliminares das investigações, a enteada - de idade ainda não confirmada oficialmente - foi encontrada sem vida em circunstâncias que apontam claramente para intoxicação propositada. O cenário tornou-se ainda mais sinistro quando o filho biológico da acusada apresentou sintomas graves de envenenamento, conseguindo sobreviver apenas após receber cuidados médicos urgentes que salvaram sua vida.

As autoridades classificam o caso como crime de violência doméstica agravada, considerando a relação direta de parentesco e a vulnerabilidade extrema das vítimas, ambas menores de idade. A metodologia utilizada - intoxicação proposital - revela premeditação e frieza que chocaram a comunidade local.

Padrões internacionais de crimes similares

Embora casos com estas características sejam relativamente raros em Moçambique, episódios similares têm sido documentados noutras jurisdições, revelando padrões preocupantes de violência intrafamiliar. Em 2024, no Brasil, uma madrasta foi condenada por envenenar enteada de 11 anos através de alimentos adulterados, caso que ganhou repercussão nacional e resultou em sentença exemplar, conforme reportado pelo G1 Brasil.

Análises internacionais identificam padrões recorrentes onde sentimentos de rivalidade, rejeição ou conflitos patrimoniais em famílias reconstituídas levam a situações extremas de agressão contra crianças, evidenciando necessidade urgente de medidas preventivas e sistemas de proteção mais robustos.

Contexto nacional alarmante da violência infantil

Este crime reabre debate crítico sobre proteção da criança no seio familiar em Moçambique, país onde, segundo dados do UNICEF, aproximadamente 28% das crianças sofrem algum tipo de violência doméstica antes dos 15 anos de idade.

Especialistas em direitos da criança defendem implementação urgente de maior vigilância comunitária com canais de denúncia acessíveis, reforço substancial da atuação dos serviços sociais junto de famílias em risco identificado, e respostas judiciais mais céleres para garantir responsabilização efetiva dos culpados sem demoras burocráticas.

Urgência na proteção do sobrevivente

O processo encontra-se em fase inicial de instrução, com a Procuradoria-Geral da República em Sofala preparando tipificação jurídica dos crimes e encaminhamento do processo para tribunal competente. Organizações da sociedade civil locais, incluindo grupos especializados em defesa da infância, apelam urgentemente para acompanhamento psicológico imediato e especializado do filho sobrevivente.

Este acompanhamento psicológico é considerado essencial para mitigar efeitos traumáticos profundos deste episódio brutal, que pode marcar permanentemente o desenvolvimento emocional e psicológico da criança que testemunhou tentativa de homicídio contra si própria e assassinato da irmã de criação.

Fontes

• G1 Brasil
• UNICEF Moçambique
• TV Sucesso